Rio -  Ao participar ontem da cerimônia de ampliação do Museu Ciência e Vida, em Duque de Caxias, o governador Sérgio Cabral falou pela primeira vez com jornalistas sobre sua viagem e de seu secretariado à Europa, em 2009, depois que foram divulgadas fotos suas ao lado do empresário Fernando Cavendish, dono da Delta e seu amigo, suspeito de elo com o bicheiro Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira. Aparentemente abatido, Cabral foi cercado por jornalistas e tentou evitar o assunto. Chegou a perguntar aos repórteres: “Posso falar sobre o museu?”
Depois de destacar a importância do museu para os jovens da Baixada, Cabral foi novamente questionado sobre o tema e respondeu que a viagem ‘melhorou a imagem do Rio’.
“Nós trabalhamos desde 2007 para recuperar a imagem do Rio a nível internacional. A viagem melhorou a imagem do Rio, que tinha imagem de decadência e de esvaziamento econômico, e nós recuperamos. Hoje é o estado que tem maior volume de investimentos internacionais. Nós fomos divulgar o Rio de Janeiro”, disse.
Questionado sobre os gastos da viagem e o motivo de só agora divulgar quantos dias viajou, Cabral não quis entrar em detalhes. Sua assessoria informou que a viagem a Paris durou cinco e não dois dias, como foi divulgado antes. “Tudo está claro, tudo divulgado na transparência fiscal”, enfatizou.
Cabral disse, ainda, que seu governo foi o primeiro da América do Sul a receber o ‘investment grade’, chancela para receber investimentos do exterior. “Isso é um marco na gestão da transparência fiscal. Nosso governo colocou o Rio de Janeiro na liderança dos investimentos nacionais e estrangeiros no Brasil”, disse, antes de ir embora sem dar mais explicações. As fotos foram divulgadas pelo deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) em seu blog.